Apesar das origens controversas de vários símbolos do Natal, como a árvore, as guirlandas e o Papai Noel, há pouca dúvida de que a celebração que nós conhecemos hoje tem suas origens ligadas à Igreja Católica Romana que, no século 4, buscou substituir as festas pagãs celebradas no dia 25 de dezembro lhes atribuindo significado cristão; neste caso específico, como sendo o dia do nascimento do Senhor Jesus. Apesar de hoje ser amplamente divulgado que esta data certamente não está correta, por que o Natal é uma data espiritualmente esvaziada?
Porque nesta festa é lembrada a "data" do nascimento do Salvador mas, na verdade, o que Ele nos ordena é fazer memória da Sua morte!
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, registrou: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." (1Coríntios 11:25-26). Quando instituiu a cerimônia que chamamos de Santa Ceia, o Mestre nos indica que ela celebra a memória não de Seu nascimento mas sim de Sua morte. Não podemos perder de vista que o Filho de Deus veio ao mundo para ser "(...)a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (1João 2:2) e que é o Seu sacrifício vicário que faz toda a diferença para nós. Ademais, não há nenhuma orientação bíblica para comemorar o "aniversário de Deus": Cristo já existia antes de vir ao mundo em carne, sendo Deus "de eternidade em eternidade." (1Crônicas 29:10), o "Alfa e o Ômega, o princípio e o fim(...)" (Apocalipse 1:8).
Então devemos ignorar o Natal? Penso que não: apesar da data não estar nem sequer mais relacionada com a intenção católica que lhe deu origem, tendo hoje muito mais a ver com um momento de reunião familiar e ocasião de festejos com comidas e bebidas, ainda assim permanece a ligação, mesmo que superficial, com os princípios espirituais do amor ao próximo e da solidariedade. É um dos poucos momentos do ano em que todo o aparato religioso, econômico e midiático do mundo colabora, mesmo que de forma não intencional, preparando terreno que pode (e deve) ser aproveitado pelos servos de Deus a fim de que a Palavra seja pregada e o propósito da vinda de Cristo ao mundo, Sua morte na cruz pelos nossos pecados, seja anunciado.
Cada cristão é orientado pelo Senhor para que "(...) pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, corrijas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." (2Timóteo 4:2). Ou seja, não podemos perder nenhuma oportunidade de falar de Jesus para quem estiver perto de nós. Se isto é verdade para os dias comuns, imagine para um feriado como esse! Sabemos que há muitas pessoas, entre elas até algumas cristãs, que passam estas datas como o povo de Israel na época do profeta Ageu: "cada um de vós corre à sua própria casa." (Ageu 1:9). Conduzidos pelo espírito do Natal, muitos dão muita importância para as luzes e os presentes, enquanto o mais importante é deixado em segundo em plano, se é que é considerado. Mas nós que servimos a Deus somos chamados a resistir contra o mundo! O que Espírito que nós guia é o de Deus!
E a vontade d'Ele é que cada um de nós seja instrumento em Sua mãos para "anunciar a Jesus Cristo." (Atos 5:42)
Quer se reunir com a sua família e amigos para um jantar especial? Reúna-se. Não só em dezembro, mas também em janeiro, em fevereiro, em março e sempre que for possível. Quer presentear uma pessoa querida? Presenteie. Não só em dezembro, mas sempre que suas condições te permitirem fazê-lo. Não apoie a sua espiritualidade no calendário religioso; não faça o bem porque "é Natal". O nascido de Deus é filho d'Ele o ano inteiro e está sempre preparado para fazer memória da "morte do Senhor, até que venha." (1Coríntios 11:26). Aproveite todas as oportunidades para apontar o Caminho! Aproveite todas as oportunidades para falar a Verdade! Aproveite todas as oportunidades para anunciar a Vida! Só assim os seus dias serão carregados de sentido e propósito, de janeiro a dezembro.
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