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Será que você é do tipo maria-vai-com-as-outras?


"E, indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima. E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!" (Mateus 21:6-9). Como estávamos falando aqui Por que os judeus não creem no Senhor Jesus como Messias? Sobre as profecias acerca de Cristo, a entrada de Cristo em Jerusalém, da forma que foi, estava predita e era um sinal da Sua missão redentora.

No trecho citado acima, lemos que havia uma multidão para saudá-Lo, o que nos leva à uma pergunta: quem eram estas pessoas?

Observamos em muitos trechos dos evangelhos que o Mestre era seguido por grandes contingentes de pessoas. Em Marcos 2.4 se diz: "E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico". Já em Lucas 5.3, lemos: "E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão." Obviamente, todo este povo seguia o Senhor para ouvi-Lo pregar e, certamente, buscando receber algum benefício. É o que o próprio Cristo denuncia, em João 6.26: "Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes." Por estas palavras do Senhor, podemos facilmente deduzir quem estava em Jerusalém: além de Seus seguidores piedosos, tinha gente espantada por causa do milagres que eram realizados, outras interessadas em receber alguma graça divina e ainda outros que alimentavam uma visão deturpada da obra do Messias, que olhavam Jesus como o possível líder de uma revolta popular que libertaria Israel do domínio romano. Em outras palavras: havia um grande povo ali cujo coração era semelhante ao solo pedregoso da parábola do semeador*: tinham alguma informação do Senhor mas não um conhecimento profundo d'Ele. Infelizmente, penso que a realidade não é assim tão diferente hoje em dia.


Meditando nesta passagem, me veio uma lembrança de um outro momento em que havia uma multidão presente, na ocasião que Pilatos apresentou o Mestre e Barrabás, na intenção de libertar um deles. Está escrito: "Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo? (...) Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus." (Mateus 27:17,20). Seria exagero pensar que, no meio dos que clamavam pela soltura de Barrabás havia vários que, dias antes, louvavam o Filho de Davi? Penso que não. É justamente neste ponto que quero tocar: se a nossa mente não estiver enraizada no "conhecimento do Filho de Deus,(...)" (Efésios 4:13), podemos ser facilmente demovidos da fé. Pela pressão dos hipócritas, a multidão cedeu ao efeito maria-vai-com-as-outras e fez com que Barrabás fosse liberado e Cristo crucificado. Claramente não estou atribuindo àquelas pessoas qualquer poder de interferência naquela situação, uma vez que estava no plano de Deus que Seu Filho padecesse: "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." (Apocalipse 13:8). A questão é que não há solidez de fé se não houver conhecimento e prática da Palavra de Deus;

se alguém busca ao Senhor apenas por mera gratidão ou na expectativa de alcançar alguma bênção, cedo ou tarde cederá diante da incredulidade e do desânimo e renegará o Salvador

A despeito do crescimento da pregação da Palavra, na nossa era de informação as fake news também são propagadas com uma velocidade incrível. Além disso, todo conteúdo que agride a fé encontra grande disseminação e, infelizmente, grande aceitação. Penso que muitos de nós tem trazido a lógica do fast-food para dentro da mente: não há muita preocupação com o benefício nutricional do alimento e nem mesmo com o sabor, contanto que seja entregue rápido. Tenho a sensação de que é raro se pensar sobre algo que se ouve. Onde está a ponderação? A busca pela verdade? O cuidado com o dano mental que determinados conteúdos podem provocar? Esse desmazelo intelectual-espiritual contribui para a degeneração da vida com Deus, podendo ser comparado às pedras do solo que impedem o crescimento das raízes de uma planta. Creio que essa é uma das grandes razões que fazem com que muitas pessoas não se afirmem na presença de Deus e mudem tanto de opinião e de postura quando o assunto é fé. Gostaria de convidá-lo(a) a uma reflexão: você faz parte da multidão superficial que vai mudar de ideia quando a voz do diabo falar mais alto ou do pequeno grupo dos que vão se manter fiéis até o fim? Será autêntico(a) ou mais um(a) maria-vai-com-as-outras? Você decide.


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