Realizando estas meditações sobre o evangelho de Mateus, tenho descoberto muitas coisas que são maravilhosas para mim. E de quando em quando, me pego encarando questionamentos do início da minha caminhada com o Senhor Jesus e que talvez estejam presentes na trajetória de alguns que leem estas linhas mal escritas. Desta vez, me veio ao pensamento uma dúvida antiga: se a árvore boa produz bom fruto e a árvore má produz fruto mau, por que há tantas árvores que, tendo produzido "bons frutos", depois se mostrariam ruins? Não seria uma incoerência?
Mas como sei que Deus não se contradiz, continuei buscando entendimento e julgo que comecei a encontrá-lo
O Senhor Jesus falou: "Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus?" (Mateus 12:33,34). Minha dúvida era esta: como a árvore ruim poderia dar fruto bom? A laranjeira só dá laranja, a macieira só dá maçã. Como então alguém mal poderia fazer o que é bom, e ainda por cima por muito tempo? A resposta estava bem debaixo do meu nariz. O paralelo com as árvores faz sentido, mas o fato é que seres humanos não são árvores. Árvores não tem a capacidade de falsear o que carregam nos seus galhos. Já o homem tem. Logo, árvores ruins, ou pessoas ruins, não podem dar bons frutos: não sinceramente. E esta é a chave da questão.
Uma pessoa má só pode, no máximo, fingir que produz o que é bom. O que sai dela não é genuíno, não é verdadeiro. Não é sincero. O sorriso que ela dá pode ser apenas para encobrir a sua má intenção; suas promessas, a depender das circunstâncias, são desmentidas sem cerimônia; seu comportamento é moldado com base naquilo que ela considera que vai ganhar ou perder; para as árvores más, como diz a máxima do futebol, "a verdade não dura 24h" e seu aparente bom caráter só vai até a página dois. O que o Senhor Jesus considerava absurdo era que os fariseus eram maus no seu intímo mas agiam como se não o fossem. O que eles faziam e falavam mostrava a aparência de uma espiritualidade inexistente. Não passavam de "sepulcros caiados" (Mateus 23.27). Quando o Mestre diz: "Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore." (Mateus 12.33), Ele está fazendo um apelo à integridade, um chamado à sinceridade. É como se o Senhor dissesse para eles pararem de fingir; pararem de tentar confundir o povo, parassem de tentar enganar a si mesmos. Este apelo divino ainda permanece para todos hoje. Não haverá conversão verdadeira e tampouco salvação se primeiro não houver sinceridade.
O rei Davi disse: "E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que da sinceridade te agradas;" (1Crônicas 29:17)
Talvez você conviva com árvores más que estão produzindo "bons frutos" (e bota aspas nisso kkkk) por aí. Se você tem buscado andar na sinceridade, não permita que estas coisas te abalem nem te chateiem. Cuidado também para não condenar os outros e proteja a sua fé. A passagem do tempo revelará a qualidade de cada árvore e qual será o seu próprio destino eterno. Cristo disse: "Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro." (Mateus 13:30). Ocupe-se da sua salvação e de obedecer a Palavra de Deus, anunciando o evangelho ao seu próximo. Que o fruto da sua vida seja sempre para a glória de Deus. Amém!
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