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Por que os judeus não creem no Senhor Jesus como Messias? Sobre as profecias acerca de Cristo


Em um de nossos posts anteriores, destacamos a ênfase que os últimos capítulos do Evangelho de Mateus dão na derradeira semana de vida do Senhor Jesus, incluindo os acontecimentos de Sua morte e ressurreição, além de ensinos preciosíssimos sobre assuntos como a religiosidade, a Santa Ceia e o fim dos tempos.

Vamos começar a meditar sobre estas coisas a partir daqui; que o Espírito Santo ilumine o nosso entendimento para compreender a Palavra do nosso Deus!

Em Mateus 21, do versículo 1 ao 5, está escrito: "E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister; e logo os enviará. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal de carga." (Mateus 21:1-5). Apesar de todas as ilustrações que podem ser feitas com a figura do jumentinho e de sua mãe (inclusive com aplicações extremamente válidas para o comportamento humano, especialmente diante de Deus), o foco principal da nossa atenção está no versículo 4, que explica a razão por trás daqueles acontecimentos: "Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta,(...)". Este trecho foi primeiramente escrito por Zacarias: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta." (Zacarias 9:9). Deus deixou na Sua Palavra sinais, expressos em forma de profecias, que identificavam claramente o Messias prometido, para que o povo pudesse reconhecê-Lo. O que nos conduz a duas questões centrais: que profecias eram estas e por que o povo judeu não creu?


Como já abordamos aqui https://www.willerfelix.com.br/post/a-mensagem-da-cruz, a humanidade precisa de um Salvador ou Mashiach - de onde deriva a palavra Messias. Por todo o Antigo Testamento podemos encontrar as indicações divinas sobre as características que compunham o caráter e a obra deste Ungido. Segundo o autor Roger Liebi, em seu livro "O Salvador prometido: o cumprimento e a autenticidade histórica das profecias messiânicas", há "mais de 330 profecias admiravelmente exatas e muito específicas" sobre o Cristo. Este tipo de conhecimento se mostra especialmente impressionante quando observamos mais de perto as conexões que existem entre as profecias e seus respectivos cumprimentos na História e o apoio bíblico que existe para aquelas que ainda se cumprirão. Separei dois trechos do livro citado acima para conhecimento do amado(a) leitor(a):


O Local do Nascimento do Messias: Profecias de Miqueias no século VIII a.C

Miqueias de Moresete servia como profeta (cf. Mq 1.1). Ele recebeu a tarefa de indicar o local do nascimento do Messias. No capítulo 5.2 de seu livro, Deus diz: Mas tu, Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos. Em Israel, havia duas localidades com o nome Belém: uma na Galileia (cf. Js 19.15-16) e outra na Judeia. Esta era chamada de Belém-Efrata, para que fosse diferenciada da primeira. O Messias deveria nascer nesse vilarejo, que fica a pouco mais de dez quilômetros ao sul de Jerusalém e que, na época de Jesus, provavelmente tinha menos de 1 000 habitantes. O profeta Miqueias anunciou isso com clareza e certeza inequívocas muitos séculos antes do seu cumprimento. A confirmação pelo NT (Novo Testamento): No NT confirma-se que Jesus nasceu em Belém-Efrata. Em Mateus 2.1, consta: Depois que Jesus nasceu em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes... O médico Lucas também confirmou esse fato no capítulo 2 do seu evangelho. Nesse contexto, vale lembrar mais uma vez as explicações sobre a confiabilidade dos evangelhos no tópico “O historiador Lucas”!


A Crucificação: Salmo 22

Esse salmo de Davi descreve a crucificação do Messias nos mínimos detalhes cerca de mil anos antes do seu cumprimento. A crucificação em si nunca foi executada pelos judeus (eles apedrejavam seus infratores; cf. p. ex. Lv 20.2). Em Israel, a execução por crucificação só começou a ser praticada séculos depois do Salmo 22 ter sido escrito, principalmente pelos romanos. (...). Luz e trevas: No versículo 2 fala-se de períodos alternados de luz e de trevas: “Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio!”. Marcos 15.25,33-34 mostra o cumprimento: “Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. E houve trevas sobre toda a terra, do meio-dia às três horas da tarde”. Em Isaías 50 (assim como no Sl 88.1) também fala-se dessas trevas. Deus declara em Isaías 50.3, em estreita relação com a flagelação do Messias: “Visto de trevas os céus e faço da veste de lamento a sua coberta”.


Além desta fonte, há farta quantidade de material disponível tratando das profecias messiânicas. Tenho para mim que esta matéria deveria receber uma atenção muito maior de todos os crentes, inclusive para fins de testemunho. No Brasil há uma grande comunidade judaica e penso que é muito importante que todos nós sigamos o conselho do Espírito através do apóstolo Pedro: "estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós," (...) (I Pedro 3:15). E isto nos leva à nossa segunda pergunta: se há tantas evidências na própria Escritura hebraica, por que o povo judeu não crê em Jesus como o Messias prometido?


Não tenho a menor pretensão de dar uma resposta cabal a esta questão que tem quase dois mil anos. No entanto, tenho para mim que o povo judeu rejeita a Cristo por causa de um entendimento equivocado sobre as profecias que apontam para o Ungido. À primeira vista, o principal motivo da recusa é a alegação de que o Senhor Jesus não cumpriu os requisitos exigidos do Messias e logo não pode ser considerado como tal. Isto é afirmado, a meu ver, em cima de uma visão excessivamente temporal sobre a Palavra de Deus. É dito que no reino messiânico não haverá mais guerras, nem fome nem ódio e que, como estas coisas ainda existem, Jesus não é o Salvador. No entanto, está escrito em Apocalipse 21.4: "E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas." É uma promessa que ainda está por se cumprir. Os leitores mais atentos dirão: "mas os judeus não creem no Novo Testamento como Palavra de Deus!" Pois este é o grande problema: a falta de fé. E a descrença não é exclusiva do período que vem desde o nascimento do Cristianismo; podemos perceber na lei e nos profetas que uma das marcas mais profundas do povo judeu é a sua constante rebeldia contra o seu Deus. Está escrito: "E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus." (2Reis 17:13-14); o rei Davi registrou, pelo Espírito: "Porquanto não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação;" (Salmos 78:22). E há muitos outros casos que vão, por exemplo, desde o Êxodo e passando pelo período dos juízes e pelo exílio. O povo judeu também arroga para só para si a capacidade de compreender a sua Escritura, o que me faz levantar alguns questionamentos para todos os judeus que têm certeza de que Jesus de Nazaré não é o Messias: seus antepassados (nos quais os estudiosos atuais se baseiam em grande parte) também não sabiam como interpretar suas leis e profecias? E por que mesmo assim erraram e se desviaram muitas e muitas vezes, do que seus próprios profetas dão prova? E: realmente se pode confiar no testemunho contra Cristo que parte de um povo historicamente acostumado a ser rebelde contra seu Deus, do que sua própria Escritura dá prova? É prudente depositar total confiança na acurácia de sua interpretação bíblica, que já se mostrou tantas vezes equivocada?

O que pode garantir a qualquer pessoa de que não estão errando e sendo rebeldes mais uma vez?

"Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje." (Romanos 11:8). No tempo determinado, os filhos de Abraão segundo a carne também serão despertados para reconhecerem que "Jesus Cristo é o Senhor,(...)" (Filipenses 2:11). Até lá, creio que o papel do cristão é orar pelo povo ao qual todos nós somos devedores: "Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam." (Salmos 122:6). A Palavra de Deus é infalível e temos visto seu cumprimento dia após dia. Uma leitura desapaixonada das Escrituras Sagradas revelará o Messias na Pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo, como muitos judeus que estão se convertendo a Ele por todo o mundo têm percebido. Que Deus, em Sua infinita graça e misericórdia, alcance todos os corações que O temem e O amam com sinceridade. Amém!

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