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O pastor e as riquezas



Sirvo ao Senhor Jesus como pastor na Universal há quinze anos. Como parte do nosso trabalho evangelístico, atendemos diariamente pessoas com vários tipos de problemas, inclusive relacionados à vida financeira. Visando atender a esta grande quantidade de gente que tem enfrentado dificuldades nesta área, todas as segundas-feiras nos reunimos para orar a Deus pedindo a prosperidade para o Seu povo. Como já dito anteriormente, desfrutar de uma vida abundante não é pecado aos olhos de Deus; o erro do homem consiste em permitir que o ouro se torne o senhor da sua vida. A falta desta consciência tem levado muitos cristãos sinceros a perecer na mais terrível miséria e tantos outros a se perderem na embriaguez das conquistas neste mundo.


Pensando no meu papel como servo de Deus, como deveria ser minha postura diante das claras orientações da Bíblia sobre o perigo das riquezas em aparente contraste com tantas promessas de prosperidade, igualmente claras? O resultado das minhas meditações não poderia ser outro: não há nenhuma contrariedade em anunciar as bênçãos de Deus para a vida financeira e alertar o povo sobre os riscos das muitas posses. A Palavra não prega contra si mesma. Uma outra coisa que o Espírito Santo me falou de forma muito evidente: a sintonia fina da pregação sobre dinheiro na igreja começa dentro de cada pastor.

Gostaria de destacar a seguir dois pontos importantíssimos para mim sobre este tema

A expressão "uma pessoa só dá o que tem" é verdadeira. Só transmite verdadeira alegria quem é alegre, só perdoa sinceramente quem é misericordioso, e por aí vai. No tocante ao trabalho pastoral, como alguém poderia não despertar cobiça e ganância em sua audiência se alimentar cobiça e ganância dentro de si? O primeiro ponto é esse: nenhum servo de Jesus pode admitir que tais sentimentos malignos habitem seu interior. Nosso trabalho só é aceitável aos olhos do Senhor se for feito com sinceridade e pureza de coração. O apóstolo Pedro dá orientações fortíssimas a esse respeito: "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho." (1Pe 5.2-3) e se referindo aos desobedientes diz: "E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita." (2Pe 2.3) e "Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;" (2Pe 2.14). A glória deste mundo não combina com os servos de Jesus, pregadores de Sua Palavra.

O segundo ponto, mas não menos importante, é a consciência que o pastor deve ter de que Deus, definitivamente, não quer que todas as pessoas sejam ricas e muito menos deve associar prosperidade econômica com qualidade da vida espiritual. Lemos em Efésios 4.11-12: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra(...)". Embora não haja o ministério de ser rico, e ninguém aqui está tentando defender esta ideia, penso que da mesma forma que Deus chamou a cada um para uma determinada função para o bem de toda a Sua obra, também tem dado fé a pessoas que tem vindo buscá-Lo para serem prósperas financeiramente para a Sua glória. A experiência nos mostra que esta fé não é dada a todos.

Também é parte do papel do servo não atrapalhar o trabalho do seu Senhor

Temos que anunciar, corajosamente, todas as promessas do nosso Deus; Ele nos tem chamado para despertar a fé de todo o povo para que Seu santo nome seja exaltado em toda a terra, para testemunho diante de todos. Mas não é nossa tarefa criar ansiedade e falsas expectativas dentro de ninguém. Vamos pregar e confiar que o Senhor da Obra fará toda Sua vontade na vida dos ouvintes. A Palavra de Deus produz fé. Inclusive a fé que traz a prosperidade. Para concluir, há um trecho que resume de forma gloriosa a atitude do servo de Jesus quando o assunto é vida financeira: "Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; (...) como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo." (2Co 6.4, 10). A verdadeira riqueza do servo é o seu Senhor.

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