Nascer de Deus, converter-se, nascer da água e do Espírito, ter um encontro com Deus, ter uma experiência com Deus, ser regenerado e tantas outras expressões são usadas para descrever uma experiência decisiva na vida dos que almejam a salvação: o novo nascimento. No evangelho de Mateus, lemos que: “o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” (Mateus 1.18)
Como começar uma casa pelo telhado? Sem o novo nascimento não há vida com Deus
Podemos compreender que, a exemplo do nascimento do Senhor, quem gera o novo cristão é o Espírito Santo. Somente pela Sua ação uma pessoa coberta de pecados pode ser genuinamente transformada em uma nova criatura, capaz de suportar as provações da caminhada neste mundo onde jaz o maligno. E justamente pelo fato de que, somente após nascer de novo, o ser humano passa a reunir condições de travar e vencer a guerra espiritual, o diabo e seus demônios lutam com todas as forças para impedir que isto aconteça. E suas armadilhas são regadas a muita religiosidade e, principalmente, a muita emoção. No evangelho de João, Deus nos fala que a:
"(...) todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (João 1.12-13)
Esta passagem nos revela uma verdade que faz cair por terra um dos maiores enganos que o diabo já semeou: que todos são filhos de Deus. Certamente é uma ideia consoladora, que agrada ao coração. Mas nem por isso deixa de ser falsa. Filhos de Deus são os que nascem d’Ele. São os gerados não pela carne, nem pelo sangue ou pela vontade do homem mas pelo Seu Espírito. E também aqui o mal lança seus ardis: infelizmente muitos que pregam a Palavra, na ânsia de ver seus ouvintes nascerem de novo, acabam querendo “ajudar” o Espírito Santo a fazer Sua obra, usando de emoções, quer seja apelando ao carisma pessoal ou às músicas carregadas de sentimentalismo, numa malfadada tentativa de gerar frutos espirituais por meios puramente humanos. Deus não precisa da nossa “ajuda”. Basta anunciar Seu evangelho de forma clara e objetiva. Nascer de novo não é resultado de sugestão emocional; não se pode ter essa experiência com a mente embriagada de religiosidade. Tornar alguém uma nova criatura é obra do Espírito, em resposta a uma entrega consciente do ser humano pecador. Não se pode impor a alguém o arrependimento verdadeiro. A decisão de receber a Cristo, além de ser pessoal, deve ser também racional. Quem “querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14:28).
Quando encaramos a Palavra de Deus e percebemos nossa real condição, quando há arrependimento sincero e entrega consciente de toda a vida, então um novo ser é gerado no reino de Deus. Quem nasceu da emoção, mais cedo ou mais tarde será traído pela sua própria natureza carnal. Já quem nasceu do Espírito permanecerá para sempre.
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