A oração que nosso Senhor nos ensinou exalta o Pai e nos coloca em uma condição de completa submissão a Ele. Talvez o querido leitor já tenha ouvido falar nos termos "antropocêntrico" e "teocêntrico". Em linhas gerais, o primeiro faz referência ao ser humano como alvo principal de algo; já o segundo se refere a Deus como o foco maior de tudo o que fazemos. A oração do Pai nosso é um exemplo claríssimo do que é fazer do Senhor o centro das nossas atenções.
Nossas orações, nosso culto, nossa vida, devem estar completamente voltados para Deus
Nos versículos 9 e 10 do capítulo 6 do evangelho de Mateus, lemos: "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; (...)". O reconhecimento da grandeza e da santidade do Altíssimo ocupam lugar de destaque, logo no início da oração. Penso que este já é um forte indicativo da reverência e consideração que devemos ao nosso Senhor. Desafortunadamente, não são poucos os que estão caindo no laço do diabo, incitados pelo seu orgulho e vaidade. Certa ocasião, ouvi uma história de alguém que disse, orando, que "se Deus o perdesse (!), perderia um grande instrumento neste mundo". Eu sei, é muita prepotência. Não é assim que a Bíblia nos descreve. Ao contrário, diz: "Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece." (Tg 4.14) e que "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;" (Lm 3.22). O Mestre nos ensina a orar com temor e submissão ao Altíssimo, de Quem é toda a glória.
O Senhor quer que o Seu nome seja santificado. Observamos muitas vezes que este mandamento não recebe a devida atenção. Não é muito difícil testemunhar brincadeiras e até piadas envolvendo o nome de Jesus ou mesmo trechos da Palavra de Deus, partindo inclusive de detrás dos púlpitos. No modelo que o Senhor ensina, somos incentivados a pronunciar com temor o nome do nosso Deus. Ele falou ao povo de Israel dizendo: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão." (Êxodo 20.7). E o Seu nome deve ser santificado não só pelos nossos lábios mas também pelo nosso proceder fiel, conforme advertência dada aos israelitas pelo profeta Ezequiel: "Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor DEUS; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos." (Ez 20.39).
Deus é santo: se queremos agradá-Lo, devemos andar em santidade
Nossas orações não podem estar contaminadas com orgulho e vaidade. Não podem estar misturadas com o veneno da dúvida e da desobediência. Nosso Pai está nos céus e é digno de toda honra e santificação. Vamos nos aproximar d'Ele com coração quebrantado e cheios de certeza de fé para, assim, alcançarmos resposta.
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