Certa vez estava assistindo um programa chamado "Aeroporto: área restrita". Ele mostrava a rotina da Polícia Federal em São Paulo, no controle da entrada e saída de pessoas e mercadorias do nosso país. Uma coisa me chamou a atenção em alguns episódios: quando o policial desconfiava que alguém estava portando um passaporte falso, ele o recolhia, assentava-se em frente a um computador, selecionava um modelo na tela e, com uma lupa, comparava o documento suspeito com a imagem. Assim se descobria se o passaporte era legítimo ou não. Esta é uma lição muito importante. Só podemos descobrir o que é falso se olharmos atentamente em comparação com o que é verdadeiro. Cristo já nos ensinava sobre isso quando deu a solução para identificar os falsos profetas:
"Por seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:16)
Já falamos anteriormente sobre como devemos julgar, no sentido de avaliar as coisas que acontecem ao nosso redor. Mais do que nunca precisaremos desse "faro" apurado para discernir os falsos profetas. O perigo deles começa no fato de se parecerem muito com os verdadeiros profetas. Sua simpatia, sua conversa envolvente, suas promessas que dão esperança, seu discurso motivador... tudo isso somado a doses cavalares de emoção pode manipular os sentidos dos desavisados. Além do mais, quando sentimos que nossas necessidades foram atendidas por alguém, ainda que por um falso profeta, a empatia que é gerada no nosso interior tende a nublar os nossos olhos para não enxergar a verdade dos fatos. Esta é uma das raízes e dos sustentáculos do famigerado culto à personalidade (que os falsos servos adoram!). O cristão genuíno foge das aparências; ele observa o fruto, que define e revela a natureza da árvore.
As atitudes dos falsos profetas são as maiores testemunhas contra eles mesmos. Por mais que a aparência e os modos possam enganar, cedo ou tarde, a natureza do interior é revelada. A maquinação da mentira, uma má intenção, uma reação maligna, uma inclinação natural ao pecado, entre outras coisas, mostram o que de fato há dentro de alguém. É o tipo de coisa que não se esconde por muito tempo.
Os nascidos de Deus acabam por identificar os que estão no nosso meio mas "mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas." (1João 2:19,20)
Não podemos ceder terreno para as nossas emoções. Não é porque uma pessoa é aparentemente boa que devemos abrir nosso coração e receber o que vem dela sem filtro. O fato de alguém ser sincero em sua fé não significa dizer que o que ela crê é correto. Nosso padrão de comparação é a Palavra de Deus. Lembre-se da lição dos policiais no aeroporto. O que o outro faz condiz ou não com o que está escrito? O que o fruto fala sobre a árvore que o produziu? Todos cometemos erros, infelizmente; no entanto, a diabólica iniquidade para enganar o próximo usando até a Bíblia é exclusividade dos falsos profetas. O antídoto para este veneno é o apego ao que é verdadeiro e a diligente vigilância sobre tudo o que diz respeito à nossa fé e comunhão com nosso Senhor.
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