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A vida



Momento 1: era a manhã de algum dia da semana. Após o culto do jejum (que é a reunião da manhã nas igrejas), as luzes estavam apagadas e apenas uma leve claridade entrava pelas portas de blindex azul. Estava sentado numa poltrona, atrás da mesa de atendimento, ao lado do altar. Tinha à minha mão direita uma xícara de chá de camomila quente, bem adoçado. Apesar das questões cotidianas, Deus me dava paz e a serena confiança de que tudo cooperava para o meu bem porque Ele estava comigo.


Momento 2: era uma tarde iluminada de primavera. Estávamos, eu e Núbia, assentados num típico banco de praça, instalado junto com vários outros na rua de frente ao Museu de História Nacional, na Quinta da Boa Vista. O parque não estava muito cheio; no entanto, vez por outra passavam famílias com seus bebês que nos arrancavam sorrisos (como, aliás, fazem todos os bebês). Ela estava recostada no meu peito e ambos observávamos as árvores do outro lado, com as folhas dançando atiçadas pela brisa suave que Deus fazia soprar naquele instante.


Momento 3: em uma segunda-feira à tarde, um jovem entra pelas portas da igreja e se assenta. Só ele aguarda pelo início da reunião. Habituado a orar pela vida profissional das pessoas neste dia, entrei no salão pontualmente às 15h. Decidi conversar com o jovem, que me disse: "Depois da Palavra que ouvi ontem, Deus falou comigo e eu vim disposto a me batizar." Impedido de usar o batistério por causa dos cuidados da pandemia de coronavírus, tomei uma bacia com água meio barrenta, orei pelo jovem sobre o altar e o batizei. Despedi-me depois de lhe dar alguns conselhos e sequei o chão molhado com um pano limpo.

Estas três situações acima exemplificam para mim um ensinamento muito precioso do Senhor Jesus

"Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?" (Mateus 6.25). Foram situações, entre tantas outras que Deus me deu o privilégio de viver, que demonstram de forma clara que a verdadeira paz e felicidade não estão nas coisas materiais deste mundo mas sim no prazer de andar com Ele buscando a justiça e a santidade.


Há quem esteja abrindo mão da saúde, do tempo de qualidade com a família e até mesmo da sua comunhão com Deus para alcançar o "sucesso". Mas que sucesso é este que me afasta do único que pode salvar minha alma? Que sucesso é este que desintegra meu relacionamento familiar pela distância e indiferença? Que sucesso é este que compromete meu corpo, que é templo de Deus, com doenças? E ainda que o corpo seja sarado e saudável, de que vale se o que o preenche é uma alma triste e vazia? Qual a força da beleza ou dos músculos bem definidos diante da depressão? Todos sabem a resposta: nenhuma.

Não desperdice a sua vida buscando a felicidade onde ela não pode ser encontrada

A verdadeira felicidade está em ter a Cristo como único Senhor e andar segundo o Seu propósito para a sua vida. Ser grato por cada dia, sentir o prazer de ajudar o próximo, valorizar cada momento reconhecendo Deus em todos os caminhos são coisas que preenchem a existência do ser humano. Viver feliz neste mundo é um presente divino e uma pequeníssima amostra das coisas gloriosas que esperam por Seus filhos na eternidade.

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