A praga da vaidade

"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo." (1João 2.16)

A vaidade é uma praga que se alastra pelo mundo todo e, infelizmente, já estendeu suas garras para o meio das igrejas. Basta observar uma série de fatos acontecidos no meio cristão: disputas por títulos eclesiásticos, por quem vai aparecer por mais tempo diante do público, para ver quem é mais "querido" pelo povo e, mais recentemente, essa baixaria também tem encontrado lugar nas redes sociais, palco frequente de acusações e troca de "elogios" entre pastores e ministérios. Quando o objetivo não é agradar a Jesus, a lógica da igreja segue a lógica do mundo: o que vale é ser o mais popular, ter a roupa ou o corte da moda e estar sempre nos trending topics. E depois é só dizer, da boca pra fora, que é tudo para a glória de Deus, é claro. Vai que cola.

"Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade." (Eclesiastes 12.8)

Observando o exemplo de João Batista, destaca-se a sua simplicidade, tanto na forma de viver como na mensagem pregada. A Palavra diz que: "este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre." (Mateus 3.4). Não vemos aqui nenhuma preocupação em agradar aos outros, nenhuma intenção de acompanhar as últimas tendências da época, nenhuma vaidade que pudesse tirar-lhe o foco da missão principal: preparar as pessoas para receberem Jesus em suas vidas. João limitava-se ao essencial. Comia e vestia-se de maneira simples. Estas coisas não são dicas de vestimenta e de nutrição mas apontam para algo muito mais importante, que é o fato de que o servo de Deus não se atém às preocupações inúteis desse mundo mas vive completamente focado em agradar ao seu Senhor. Paulo diz, usado pelo Espírito Santo: "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra." (2 Timóteo 2.4). O servo investe tempo e energia para servir melhor. Não se desgasta com as futilidades que o mundo apresenta.

O senso de propósito daquele que anda com Jesus é um "repelente espiritual" contra toda vaidade

Quem quer obedecer a Palavra de Deus não pode estar apegado às coisas desta vida. Não busca glória pessoal, não quer estar no centro dos holofotes. Seu prazer é viver de maneira simples e agradável a Deus. É feliz em qualquer situação. Fico imaginando como deve ser triste a vida de quem depende da aprovação dos outros para ficar alegre; como deve ser frustrante correr atrás de agradar a todo mundo e se sentir vazio por não receber o reconhecimento esperado. Ainda mais se quem passa por isso considera-se servo(a) de Deus.

Fuja das vaidades. Viva com o que é essencial. Dê importância às coisas que são importantes. O próprio Senhor Jesus disse: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." (Lucas 10.40)