Disse o Senhor Jesus: "E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz." (Mateus 13:5,6) e, mais adiante, explicando a parábola completou: "O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende;" (Mateus 13:20,21). Arrisco dizer que este grupo de pessoas, que tem o coração como os terrenos cheios de pedras, são o maior que tem frequentado as igrejas em geral. Por quê? Porque ele é formado por aqueles que ouvem a Palavra, ficam felizes e se sentem bem, permanecem na fé por algum tempo mas, por não continuarem seu desenvolvimento espiritual, "murcham" e se perdem diante das inevitáveis dificuldades da caminhada cristã. Meditando no que o Senhor falou, podemos identificar vários pontos importantes que explicam essa realidade, dentro os quais destaco dois:
a falta de profundidade e a consequente má formação da raiz da Palavra nos corações "pedregosos".
A ausência desta profundidade tem algumas razões muito claras. Primeira: a maioria das pessoas buscam a Deus com interesses superficiais. Querem ser curadas, libertas do mal, abençoadas em todos os sentidos. E até aà não há nenhum problema. Existem muitos casos na BÃblia de gente que foi a Deus querendo uma graça, foi atendida e depois continuou seguindo o Senhor (como, por exemplo, o cego de Jericó). O erro se dá quando não há essa continuidade. Os milagres deveriam ser a porta de entrada para as profundas verdades do Evangelho; infelizmente muitos estão parando na porta, sem entrar. A visão rasa da fé e do plano de Deus impede que as pessoas busquem conhecer mais a Palavra e invistam na sua comunhão com o Salvador. E se não houver profundidade no relacionamento com Deus, como a raiz vai se desenvolver a ponto de sustentar a planta nos momentos difÃceis?
Apesar de não ter a intimidade com a terra que gostaria, sei da importância da raiz. É por ela que a planta extrai os nutrientes da terra necessários à sua sobrevivência e também garante a sua sustentação. Quanto menos desenvolvida, mais fraca e instável a sua planta será. E não acontece o mesmo com as pessoas? Quanto menos se interessam em conhecer a Deus, por meio da meditação e prática da Sua Palavra, mais frágil e inconstante se tornam. Quanto mais só buscam a Deus pelas bênçãos, menos reúnem condições de resistir contra as angústias e perseguições.
E então, ofendem-se e caem.
Se você se encontra nesta situação espiritual, de nunca conseguir se afirmar na fé, ainda há tempo de mudar. Não se contente com a sensação de bem-estar quando vai à igreja. Não limite seu relacionamento com Deus em pedidos de vitórias ou reclamações sobre a vida. O que Ele tem para dar é muito mais rico, muito mais precioso do que qualquer coisa neste mundo. Para que você que quer permanecer até o fim, é indispensável investir na sua comunhão. Adquira o hábito de meditar diariamente na Palavra; busque servir a Deus em algum trabalho na sua igreja; ocupe seu tempo com aquilo que edifica. Assim, o terreno vai sendo limpo, a raiz da semente já plantada vai crescendo e a cada dia a sua fé vai sendo mais e mais fortalecida na presença de Deus. Lembre-se: da profundidade da raiz depende a sobrevivência da planta!